"Abençoado seja o Humano que busca Deus à sua própria maneira, ainda que eles estejam em algum prédio, entoando canções ou cultivando doutrinas, que podem ser fabricadas pelo homem.
Na realidade, eles empregam todo o seu coração e a sua compaixão, na busca de Deus.
Que eles não sejam julgados por seus irmãos e irmãs, por este motivo, pois são igualmente amados por Deus."

sábado, 28 de maio de 2011

A História de Michael Thomas e os Sete Anjos I

CAPÍTULO I

1 - Michael Thomas
Pedaços de acrílico preto voaram em todas as direcções enquanto Mike empurrava, com força demais, a caixa de «entrada de papéis» contra a parede do cubículo que era o seu escritório de vendas. Este era outro exemplo de um objecto inanimado que estava a suportar o impacto da raiva crescente de Mike perante a situaçãoem que vivia. De repente, uma cabeça levantou-se acima da planta artificial, empoeirada, à sua esquerda.
- «Está tudo bem por aí? - perguntou John do cubículo anexo.
As paredes de cada cubículo eram altas apenas o suficiente para permitir que cada pessoa achasse que tinhao seu próprio escritório. Mike colocara diversos objectos altos na sua escrivaninha, para iludir o facto de os seus colegas de trabalho estarem, permanentemente, a apenas um metro e meio de distância – todos eles fingindo estar sozinhos no seu «espaço», e tendo conversas «particulares».
O brilho da luz fluorescente, vinda do tecto acima dos cubículos, banhava Mike e os colegas com aquele tipo de falsa iluminação encontrada apenas em empresas e indústrias. Parecia absorver o vermelho do espectro visual, tornando todos pálidos… apesar de viverem na ensolarada Califórnia. Ter passado anos sem apanhar sol fazia com que Mike parecesse ainda mais pálido. «Nada que uma viagem às Bahamas não cure», respondeu Mike sem olhar para a planta, através da qual a cabeça de John tentava aparecer. John encolheu os ombros e voltou à sua conversa ao telefone.
Mesmo que as palavras tenham escapado dos seus lábios, Mike sabia que nunca iria às Bahamas, ganhando o salário de um vendedor a trabalhar nas «minas de carvão», como os empregados chamavam à fábrica para a qual trabalhavam. Mike começou a recolher os pedaços da bandeja de acrílico que tinha estilhaçado e suspirou – uma coisa que estava a fazer muito, ultimamente. Estava ali com que objectivo? Por que não sentia energia ou incentivo para melhorar a sua vida? O seu olhar parou no ursinho de pelúcia que oferecera a si próprio, e que dizia: «Abraça-me.» Ao lado do ursinho estava uma tira da sua banda desenhada preferida que mostrava o «pássaro azul da felicidade»: Mas, bem pelo contrário, ele estava a ter que lidar com a «galinha da depressão!»
Não importando quantas caras sorridentes ou desenhos ele pregasse nas paredes do seu cubículo, Mike continuava a sentir-se bloqueado. Estava a levar uma existência parecida com o trabalho da máquina de fotocópias do escritório: todo dia duplicando tudo, sem nenhum propósito. A frustração e a impotência que sentia deixavam-no com raiva e deprimido, e os sinais começavam a aparecer. O seu supervisor já tinha reparado nisso.

Michael Thomas tinha trinta e poucos anos. Tal como várias outras pessoas no escritório, «fazia o que era preciso para sobreviver». Aquele era o único emprego que encontrara onde não tinha de se preocupar muito com o que fazia. Podia, simplesmente, desligar-se durante oito horas por dia, voltar para casa, dormir, tentar pagar as contas pendentes durante fim-de-semana, e regressar ao trabalho às segundas. Mike apercebeu-se que só sabia o nome de quatro pessoas entre as trinta que trabalhavam naquele escritório de Los Angeles.
Não se importava com isso, e assim ficou cerca de um ano - desde o momento em que ocorrera aquele problemaemocional que lhe ferira o coração para sempre. Nunca tinha compartilhado essas memórias com ninguém, mas elas invadiam a sua cabeça quase todas as noites.
Mike vivia sozinho, se exceptuarmos o seu solitário peixe. Sempre quis ter um gato, mas o senhorio não permitia. Sabia estar no papel da «vítima», mas, como a sua auto-estima estava sempre em baixa, continuava a «massajar a ferida» em que se tornara a sua vida – mantendo-a intencionalmente aberta e sangrandopara se poder amparar nela. Não tinha mais nada que pudesse fazer, e sabia que não dispunha da energiapara mudar as coisas, mesmo se quisesse. Deu o nome de Gato ao peixe só por brincadeira, e conversava com ele sempre que chegava em casa ou antes de sair para o trabalho.
- Mantém a fé, Gato. – dizia Mike para o seu amigo, quando saída.
É claro que o peixe nunca respondeu.
Com cerca de um metro e noventa de altura, Mike metia respeito. Por isso sorria. O seu sorriso largo tinha um charme que dissolvia todos os pré-julgamentos que alguém pudesse fazer, com base na sua estatura. Não foi por acaso que se viu a trabalhar pelo telefone, onde os clientes não pudessem vê-lo. Era uma forma de negar propositadamente o seu melhor atributo – quase uma prisão auto-imposta, permitindo que mergulhasse no melodrama da sua situação actual. Mike sobressaía devido às suas habilidades pessoais, mas raramente as usava, a não ser quando era necessário por questões de trabalho. Não cultivava amigos por opção e, no actual estado de ânimo, o sexo oposto nem existia para ele – apesar de que as mulheres decerto teriam gostado dele. Os seus colegas de trabalho diziam:
«Mike, quando foi a última vez que tiveste uma namorada? Precisas de sair e encontrar uma boa moça. Muda essa mentalidade!» Depois, todos eles voltavam para as suas casas, para as suas famílias, cachorros e filhos adoráveis – e um ou outro também teriaum peixe. Mas Mike não conseguia imaginar como poderia começar o processo de reconstruir a sua vida
amorosa perdida. Decidiu que não valia a pena. Dizia para si mesmo:
- Encontrei a minha metade muito cedo, só que ela não sabia disso.
Nessa altura, estava muito apaixonado, sentindo todas as expectativas que vêm com o amor. Ela, por outro lado, estava apenas a divertir-se. Quando, finalmente, isso se tornou óbvio, foi como se todo futuro de Mike tivesse murchado e desaparecido. Ele amara-a com uma paixão singular, que, segundo acreditava, sentiria apenas uma vez na vida. Gastara todo o seu amor com ela… e ela tinha-o rejeitado!
Criado pelos pais numa fazenda na pequena cidade de Blue Earth, no Minessota, Mike tinha escapado de uma situação que considerava sem saída: cultivar produtos que, ou eram comprados por países estrangeiros ou armazenados indefinidamente em silos enormes, devido à superprodução. Desde muito cedo descobriu que a vida de fazendeiro não era para ele. Nem mesmo o seu país parecia valorizar essa profissão. Que vantagem teria? Acresce que não podia aguentar o cheiro de tudo o que o rodeava. Queria trabalhar com pessoas em vez de com animais e tractores. Tinha sido um bom aluno, e era absolutamente o melhor em qualquer coisa que envolvesse interacção com outras pessoas. Acabar por trabalhar em vendas era uma coisa
natural para ele. Não teve, por isso, qualquer problema em encontrar um emprego como vendedor de uma série de produtos e serviços, que podia representar com honestidade. As pessoas adoravam comprar coisas a Michael Thomas.
Olhando para o passado, para o que os seus pais, agora mortos, tinham deixado, apercebeu-se de que uma coisa ficara arreigada nele: a sua crença em Deus. «Grande coisa, esse sentimento agora», pensava amargamente. Mike era filho único. Os pais – seus amados mãe e pai – tinham morrido num acidente de viação alguns dias antes do seu 21º aniversário. Continuava a chorar a sua perda e mantinha à vista as suas fotos para se lembrar de como tinham vivido… e de como tinham morrido. Apesar de tudo, continuava a ir à igreja e seguia o culto, ao menos por mera formalidade. Quando o padre o questionava acerca do seu estado espiritual, Mike admitia abertamente a fé e a crença na sua natureza espiritual. Estava certo de que Deus era
justo e amoroso, embora não estivesse muito perto Dele no momento – pelo menos nos últimos anos, para dizer a verdade. Mike rezava sempre por uma situação melhor, mas tinha pouca esperança de que as coisas realmente mudassem.
Mike não era propriamente bonito, mas era bastante atractivo, pois herdara a postura altiva do pai. As mulheres achavam-no irresistível. O seu sorriso cintilante, o cabelo louro, o porte esbelto, o queixo quadrado e os profundos olhos azuis eram cativantes. Quem tivesse intuição apercebia-se que Mike era um homem íntegro.
Por isso, confiavam nele imediatamente. Dispusera de diversas oportunidades para beneficiar indevidamente de várias situações – tanto nos negócios, quanto no romance – mas nunca se aproveitou disso. Mike era um produto da consciência firme dos fazendeiros – um dos únicos atributos valiosos que trouxe da sua infância, passada na sua fria cidade natal.
Era incapaz de mentir e entendia intuitivamente quando outros precisavam de ajuda. Abria as portas para as outras pessoas ao entrar e ao sair do supermercado, respeitava e conversava com os mais velhos, e sempre dava aos pedintes, fossem homens ou mulheres, a moeda que eles pediam, mesmo que suspeitasse que poderia ser gasta em bebidas.
Sentia que todos deveriam trabalhar em conjunto para melhorar as coisas. Nunca entendeu por que razão, na cidade que tinha adoptado, as pessoas não conversavam nem se encontravam com os vizinhos. Talvez não precisassem de ajuda por causa do excelente clima. «Que irónico», pensou.
O seu único modelo feminino de mulher era a mãe; portanto, tratava as mulheres com o tipo de respeito que tinha aprendido com aquela mulher, sensível e maravilhosa, de quem tanto sentia a falta. Parte da sua tristeza, agora, derivava do sentimento de ter sido traído no único relacionamento «real» que tivera. Mas, na verdade, a experiência de Mike fora apenas o resultado de um choque cultural: o que era esperado por uma pessoa não foi concedido, e vice-versa. A garota da Califórnia, que tinha destroçado o seu coração, estava apenas a seguir o que acreditava ser a sua verdade acerca do amor. Porém, Mike não via as coisas assim.
Recebera outro tipo de educação… e não tolerava opiniões diferentes sobre o amor.
* * *
E é assim que a nossa história realmente começa.
Ali estava Michael Thomas com a sua auto-estima em baixa, regressando a casa numa noite de sexta-feira, pronto para se recolher no seu apartamento, uma espécie de estúdio de duas assoalhadas (casa de banho incluída!). Parou na mercearia para comprar alguns suprimentos de que precisava para sobreviver nos próximos dias. Há muito tempo descobrira que podia fazer render o dinheiro se comprasse as marcas genéricas e usasse sabiamente os vales de compras. Mas, qual era a sua verdadeira chave para a frugalidade?... Não comer muito!
Comprava comida enlatada, que não precisava de ser cozinhada. Assim, prescindia do fogão ou evitava pagar muito pelo consumo de energia eléctrica. Esta prática deixava-o desnutrido, com fome, e sem sobremesa…o que servia muito bem ao seu propósito de se sentir como uma vítima. Além disso, descobriu que, se comesse todos os alimentos directamente da embalagem, junto do lava-loiça, não precisava de lavar qualquer prato… coisa que detestava. E gabava-se como tinha resolvido problema, junto de John, o seu colega de serviço e único amigo. Sabendo dos hábitos de Mike, John comentou, de brincadeira, que Mike não tardaria a encontrar uma forma de não fazer nada – viver até sem apartamento – indo morar no abrigo mais próximo. John riu-se ao dizer isto e deu uma palmada nas costas do amigo. Mike, no entanto… pensou seriamente
em considerar a questão. Quando saiu da mercearia e foi para casa, já estava escuro. Uma neblina espessa ameaçava chuva para todo dia, tornando tudo escorregadio e brilhante à luz artificial dos candeeiros da rua, reflectidos nos degraus da entrada do apartamento. Feliz por viver no sul da Califórnia, Mike sempre se lembrava dos Invernos rigorosos em Minnesota, onde crescera. Durante a juventude, sentira uma paixão pela Califórnia, e jurou a si mesmo que escaparia do castigo daquele clima que toda a gente, simplesmente, aceitava.
E perguntava à mãe:
- Como é possível alguém viver num lugar onde se pode morrer congelado em dez minutos?
A mãe, olhando para ele, limitava-se a sorrir e respondia:
- As famílias ficam onde têm as suas raízes, sabes? Além disso, este lugar é seguro.
Aquele era o sermão de sempre, acerca de como Los Angeles era uma cidade perigosa e de como Minnesota era agradável. Isto só fazia sentido se a pessoa não acrescentasse «morte por congelamento»!
Mike não conseguia convencê-la de que o perigo dos terramotos era como a lotaria: poderia ocorrer durante a sua vida, ou não. Os penosos Invernos em Minnesota, no entanto… todos os anos eram infalíveis – uma ocorrência cíclica que se podia esperar com toda a certeza!
É inútil dizer que Mike saiu da sua cidade natal assim que terminou os estudos secundários, mudando-se para a Califórnia para frequentar a faculdade. Usou as suas capacidades de vendedor para financiar pessoalmente tudo que fez. Agora, porém, desejava ter ficado mais tempo em casa – para estar com a sua mãe e o seu pai durante os anos que antecederam o acidente. Achava que, na sua necessidade de escapar ao frio, se privara do convívio com eles. Por isso se sentia egoísta e infeliz.
Na penumbra, Mike subiu os degraus da frente até ao andar do seu apartamento e procurou as chaves.
Balançou o saco da mercearia e colocou a chave na fechadura. A chave entrou normalmente… mas foi aí, na noite daquela sexta-feira que o «normal» acabou para Michael Thomas. Do outro lado da porta tinha um presente – potencialmente uma parte do destino de Mike – algo que iria mudar a sua vida para sempre.
Devido à moldura deformada da porta, Mike aprendera a usar o peso do corpo para ajudar a abrir a teimosa fechadura do quarto. O resultado era a porta ser aberta sempre à força. Mike tinha aperfeiçoado o método de segurar o saco da mercearia apoiado no quadril, deslizar a chave na fechadura, virando-a e empurrando com o pé ao mesmo tempo. Esta manobra exigia um certo balanço dos quadris e, embora desse resultado, John tinha comentado que era algo muito estranho de se ver!
A obstinada porta abriu com o impacto dos quadris de Mike, assustando ladrão que estava dentro do quarto às escuras. Com a rapidez de um gato e anos de experiência de lidar com o inesperado, o estranho, um palmo mais baixo do que Mike, atirou-se instantaneamente para frente, agarrou-lhe o braço e puxou-o para dentro da sala. Como a inusitada forma de abrir a porta já o desequilibrava naturalmente, foi fácil para o ladrão derrubá-lo, apesar da desvantagem física. As compras foram atiradas com tanta força contra a parede oposta que as tampas das embalagens abriram-se. Antes de alcançar o chão, Mike, surpreendido e com todos os sinais de alarme a soar no seu corpo, ouviu a porta a fechar-se atrás de si… ficando o ladrão do lado
de dentro! De relance, reparou que a sua cara iria direito a um pedaço de vidro partido, resultado da janela estilhaçada por onde entrara o pequeno homem.
Este é um daqueles momentos que ficam gravados na mente, como se o tempo parasse ou andasse lentamente.
Mas tal não foi o caso de Michael Thomas: os segundos voaram num tempo compacto, enevoado,
criando um grande pânico. O homem que arrombara o apartamento estava determinado em continuar a sua busca e remover o aparelho de TV e o estéreo, certamente não se importando com o que aconteceria com a sua vítima. Portanto, assim que Mike caiu no chão, o ladrão, com as mãos suadas, já estava em cima dele.
Parecia que um torno lhe apertava o pescoço. Os seus grandes olhos estavam somente a alguns centímetros dos de Mike… que podia sentir e cheirar o hálito quente e pesado do ladrão no seu rosto, e o peso dos quadris no seu estômago. Reagiu instintivamente, como qualquer outra pessoa que estivesse para morrer, e tentouum golpe que podemos ver em qualquer filme de segunda classe. Apesar da sua desorientação, atirou a cabeça para frente com toda a força contra a do ladrão. Funcionou. O assaltante, surpreso com a força do movimento, relaxou um pouco as mãos o que permitiu que Mike rolasse rapidamente para o lado e tentasse levantar-se. Antes de se equilibrar, no entanto, o ladrão atacou novamente. Desta vez aplicou um forte soco no estômago de Mike, que foi praticamente atirado para cima com o impacto, indo cair de costas sobre a sua esquerda e bater brutalmente contra algo grande, que vagamente lhe pareceu ser o aquário. Com um barulho terrível, o móvel, o aquário e o solitário peixe misturaram-se com as compras, no chão da pequena sala.
Mike sentia muitas dores e estava sem fôlego. Ainda arfava – tinha os pulmões em fogo pela falta de oxigénio– quando, com olhos esbugalhados, viu uma bota - que parecia maior que o estado de Montana - vir na sua direcção. O assaltante, agora, estava a sorrir.
Aconteceu muito depressa: a bota achou o alvo e Mike sentiu e ouviu os ossos da garganta e do pescoço fazerem um barulho horrível. Engasgou-se com horror, sabendo que a passagem de ar estava danificada, e até, talvez, a coluna vertebral. Todo o corpo reagia ao estalar e pulsar do pescoço mutilado. Entrou em choque ao sentir a realidade da situação. Era isso: a morte estava perto! Tentou gritar, mas a voz não saía. Mike não conseguia respirar, e a visão escureceu. Tudo ficou quieto. O ladrão apressava-se a concluir a sua noite de trabalho, não se preocupando com o homem imóvel no chão, quando foi novamente surpreendido por alguém que batia freneticamente na malvada porta do apartamento.
- O que está a acontecer aí?... Está tudo em ordem? - perguntava um vizinho.
O ladrão praguejou pela falta de sorte e dirigiu-se rapidamente em direcção à janela partida. Para desimpedir a saída retirou alguns cacos de vidro que ainda restavam e saltou para fora do prédio.
O vizinho de Mike, que, na verdade, nunca se encontrara com ele, ouviu o som de mais vidro a partir-se e decidiu virar a maçaneta da porta. Por estar destrancada, entrou. Encontrou o apartamento todo revirado, e um homem a fugir pela janela partida. Movendo-se cautelosamente no escuro para evitar a TV e o estéreo estranhamente colocados no meio da sala, o vizinho acendeu a luz de uma simples lâmpada pendurada no
tecto.
- Oh meu Deus! – ouviu-se a dizer com a voz embargada pela comoção.
Num segundo, já estava ao telefone a pedir ajuda. Um Michael Thomas seriamente ferido e inconsciente estava deitado no chão. Na sala reinava o sossego, agora. O único som era o barulho do peixe a debater-se, perto da cabeça de Mike. Gato contorcia-se entre os legumes e o monte de comida pré-cozinhada – uma mistura repugnante que começava a ficar vermelha ao misturar-se com o sangue que escorria dos ferimentos de Mike.

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